20 de fevereiro de 2018

AUTOBIOGRAFIA Charles Darwin

Recordo-me perfeitamente, como se tivesse sido há pouco tempo, da primeira vez que li a autobiografia de Charles Robert Darwin, há uns oito anos. Nessa altura, tinha os meus quinze anos, a minha paixão pelas Ciências Naturais já estava convictamente cimentada no meu perfil enquanto jovem desconhecedor de tudo em geral, mas sempre com uma particular e inabalável curiosidade em relação àquilo que sei agora tratar-se dos mecanismos físicos, químicos e biológicos do planeta Terra. Dessa forma, e porque já tinha lido vários livros de carácter juvenil sobre Darwin, a saber, muito impessoais e pouco detalhados, não hesitei em "devorar" a sua autobiografia quando a minha mãe ma entregou nas mãos. A leitura da obra foi, efectivamente, bastante rápida, especialmente para a idade que tinha, e, por isso, muitos conceitos não foram devidamente compreendidos e outros, até, completamente desprezados pelo simples facto de não os ter entendido naquela primeira análise.

Passado oito anos, no seguimento de umas arrumações, desencantei o livro e, há três dias, comecei a relê-lo, muito tranquila e vagarosamente, mastigando cada palavra como se fosse a primeira vez que estivesse a ler o que quer que fosse. Hoje terminei a sua análise, com aquele típico sentimento lamurioso de quem não queria que a obra tivesse acabado, e, de entre muitas outras coisas, concluí que, de facto, há livros que devem ser relidos, especialmente quando se dá uma notável transformação em nós, no espaço de tempo entre leituras. Desta vez, vi em Darwin uma agradável companhia, com a qual me identifiquei, puramente pelo facto de ter sido um homem simples e sensível e ter transparecido isso naquilo que escreveu, porque, na grande maioria das situações, as grandes mentes que contribuíram para o progresso da Humanidade apresentam-se como figuras distantes, transcendentes ao comum cidadão e, consequentemente, erradamente afastadas da nossa realidade. Com Darwin isso não aconteceu. O pai da Biologia Evolutiva, "o padre que matou Deus" - como lhe chamei num texto que escrevi, há uns anos, para o periódico "A Voz de Cambra" -, o responsável por fazer com que a nossa existência enquanto espécie fizesse sentido, escreveu um belo testemunho, com palavras honestas, justas e bondosas, desde a sua primeira recordação, enquanto criança, passando pelas aventuras da sua juventude, até aos seus últimos dias, atormentado por uma terrível indisposição à qual insistia chamar "a doença".
Agora sim, embora ainda com o meu parco conhecimento em relação ao que quer que seja, sinto-me pronto para a sua obra magistral, aquela que mudou o mundo. Começo hoje.


*Este texto foi escrito com o único intuito de encorajar potenciais interessados a explorar a obra "AUTOBIOGRAFIA Charles Darwin", pois acredito que acrescenta muito, em todos os aspectos, nos seus leitores, tal como acrescentou em mim.





Pedro Pinho e Suárez

1 comentário:

  1. Parabéns Pedro Suárez, pela linda história que nos deste o prazer de ler e reler, esta tua linda obra!! Beijinhos da tua avó que te ama!

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