1 de janeiro de 2017

A 2017, de um Eu Esperançoso

Declaro, porque é, de facto, indiscutível, que sou um péssimo bloguista: não posso (porque não quero) actualizar este sítio diariamente, não gosto de fazer propaganda e não tenho, nem motivo, nem inspiração, para escrever sobre temas que encham linhas facilmente, com palavras que opinam sobre a moda tecidual de hoje, ou sobre a situação política, quer nacional, quer internacional, ou sobre o que diz ou faz a vizinha.
É sabido, para quem conhece este blogue, que os temas aqui apresentados são relativamente limitados. Ora, entenda-se no sentido lato da palavra! Entenda-se (porque não?) "limitados" aos meus interesses. "Não se pode agradar a gregos e a troianos", costuma a minha avó dizer.

Admito, com alguma displicência, que não fui capaz de dar a atenção a este blogue que eu desejava. E continuo sem conseguir saber se serei capaz de, durante este ano, escrever aqui mais regularmente. Mas, enfim, as circunstâncias pessoais de cada um podem, de certa forma, comprometer, talvez até retrasar, determinados projectos, determinadas ambições. Não sabemos o que acontece em casa dos outros, nem nos outros, pois somos a casa de nós mesmos. De qualquer forma, seja qual for o estorvo, quem lhe é alheio não tem nada a ver com isso.


Hoje, no primeiro dia deste Ano Novo, decidi marcar aqui qualquer coisa. Um pequeno desabafo aqui ou acolá, um balanço de trezentos e sessenta e cinco dias passados, um desejo, uma expectativa... Lê quem quer. E eu escrevo o que quero - o blogue é meu.

Creio ser natural ao humano estar completamente consciente da seguinte rotina e, nem por isso, parar e meditar sobre ela: passamos um ano inteiro descontentes com as segundas-feiras; "sobrevivemos" três dias com uma ânsia viva, que acaba por nos deturpar a sensação do "agora", até que, finalmente, as sextas-feiras acabam por trazer algum consolo; dizemos que gostamos de dormir, que o nosso trabalho frustra-nos; velamos as nossas lacunas com uma imagem que não nos é própria, regamos os desgostos com álcool, defumamos-os com tabaco e tentamos sufocá-los com ansiolíticos e anti-depressivos. E isto não é uma crítica, é uma constatação, pois também eu sou humano, sou um primata macacóide, por vezes imprudente e irracional, fraco. Somos todos, uns mais que outros, mas somos. Negá-lo seria a mais óbvia das confirmações. No final da epopeia errante dos doze meses, comemos e bebemos fartamente - acho que o merecemos. Mas, quando os flûtes com champanhe chocam e as passas são deglutidas, os desejos por um melhor Ano Novo emergem novamente, mesmo que as esperanças do ano anterior tenham sido esquartejadas pelas intempéries quotidianas, ao longo dos dias, das semanas, dos meses, dos anteriores anos em que se desejava o mesmo.
Seremos um ser persistente, esperançoso ou amnésico? Talvez somos isso tudo, tudo de uma só vez.

Apesar de já ter tido melhores anos, continuo esse ser persistente, esperançoso e amnésico. Por isso, e abandonando o registo desgostoso, exponho a quem me lê que, ontem, comi muito bem - uma boa bacalhoada, absolutamente mirífica -, conversei muito, tanto quanto gargalhei, e, quando chegou o momento, desejei, a quem estava comigo, e pedi para mim também, um 2017 melhor que o passado 2016, com muita alegria, paz e aquelas coisas todas. E, tal como a grande maior parte das pessoas, estou, de facto, esperançoso. Tenho a expectativa de que este ano será melhor. Pelo menos será diferente, porque já o é - mais não seja, pelo seis ter passado a sete.

Neste ano, trabalharei mais, quer nos aspectos pessoais como nos académicos. Neste ano, se a vida mo permitir, ficarei um ano mais velho, e o tempo traz novas experiências e diferentes oportunidades que nos permitem consolidar a nossa sabedoria e os nossos valores.
Neste ano, caso as circunstâncias se mantenham como até agora, publicarei um novo livro, na boa companhia da editora que considerou o meu conto merecedor de "voar" até vós: A História de Martim Pescador e Sr. Gaspar. E, a propósito deste texto e do meu próximo livro, hoje, no meu primeiro almoço deste ano, o Sr. Gaspar disse-me que "a juventude é a proprietária do futuro". A verdade é que, considerando o mais que oportuno momento para o dizer, esta mensagem deixou-me a pensar... E, depois de ter pensado bem, depois de reflectir sobre a sábia premissa, decidi que deveria partilhá-la. Assim, o meu caro leitor, sendo jovem ou não, julgue-se na dita posição de proprietário do futuro. Já viu que responsabilidade?
Obrigado, Sr. Gaspar. Efectivamente (e repito), neste ano, trabalharei mais, quer nos aspectos pessoais como nos académicos.

Ao meu caro leitor,
Um Feliz e Próspero 2017, com muita força e esperança!

     
 

1 comentário:

  1. Feliz 2017 primo! Bonitas palabras. Un beso y un abrazo. Veeeeñaa

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