3 de agosto de 2015

Uma Outra Forma de Amar

Escrever sobre comida é, julgo eu, algo bastante fácil. Na verdade, nem se precisa saber muito para o fazer.
Hoje em dia, o acesso a informação sobre qualquer coisa encontra-se disponível de forma ridiculamente simples, mesmo para as coisas mais improfícuas e desonradas.
Já fui testemunho de outros escritores de blogues, ou pontuais mentirosos no próprio facebook, que publicavam receitas culinárias retiradas da Internet e, com elas, fotografias do prato em questão tiradas no restaurante onde foram jantar, tentando enganar quem os lia apenas para receberem a atenção desmerecida de terem confeccionado um prato que, afinal, não confeccionaram.

Gosto, não obstante, de desfrutar da posição de fazer, realmente, as receitas que aqui publico. E quem também o faz saberá que se arrisca muito pouco, pois caso o produto final não seja o que esperávamos, temos a maravilhosa oportunidade de voltarmos a tentar, sem que ninguém saiba do fracasso, sem que nos julguem por não termos acertado à primeira.
Claro que não me importo muito com esse tipo de críticas, uma vez que estou plenamente consciente da imprevisibilidade com que algumas receitas nos brindam. Mas, obviamente, como qualquer indivíduo apaixonado pela complexidade do "cozinhar", na minha catedral que é a cozinha, não há melhor momento que aquele de preparar um belo e pantagruélico repasto para os que mais gostamos, sendo ainda mais recompensador e estimulante quando nos acarinham com as suas expressões de prazer, ao saborearem a primeira garfada.

Há dois dias atrás experimentei algo novo. Não confeccionei nenhuma receita nova, não. Simplesmente fiz jus ao verdadeiro significado de cozinhar: transpor o amor que damos à comida para os que a comem. Neste sentido, o "novo" foi, sem tirar nem pôr, receber humildemente, em minha casa, apenas amigos que, de facto, queremos que lá estejam, aqueles que, bem lá no fundo, passe-se o que se passar, não nos arrependeremos de os ter amado, tal como amámos a comida que tão dedicadamente lhes demos.

 Como advertência ao meu caro leitor, pode consultar as receitas dos pratos que estão nesta mesa, clicando sobre o nome:


5 comentários:

  1. Sinceramente AMIGO Pedro! Espanta-me sempre a sua maneira suave concisa e singela de se exprimir... e a foto...está demais!...
    Isto de cozinhar com vontade e amor dá um prazer muito grande, eu sei, experimento isso muitas vezes. E experimentar pratos novos, é o máximo! O partilhá-los, então, já nem tem designação!
    Obrigada Pedro, e as maiores felicidades junto dos seus mais queridos!
    Bjs

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    1. Querida Hermínia!
      Como estou contente por revê-la aqui...
      Muitíssimo obrigado pelas suas sempre tão amáveis palavras.

      Um grande e apertado abraço!

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  2. Adorei Pedro! Estou a "viciar-me" no teu blog! Bjs!

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  3. Gostei demais do que li, e que sei que é de todo verdade!
    Colocar mais amor no que se faz dá mais gosto ao que sai feito. E cozinhar para ter mais por perto os que mais amamos é do mais gratificante que há. Disso não tenho dúvidas!
    Não há nada que pague melhor as canseiras da cozinha do que ver rostos sorridentes e felizes a saborear o que lhes cofeccionamos com tanto amor!
    Não tenho mais palavras Querido Amigo!
    As maiores felicidades junto dos seus mais queridos!
    Que a vida lhe seja leve e o mais possivel gratificante.
    Bjs

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