10 de agosto de 2015

O Livro dos Camaleões

"O beijo é uma lembrança do tempo em que buscávamos, com os lábios, os seios da nossa mãe." - Sigmund Freud (página 32)

No "O Livro dos Camaleões", José Eduardo Agualusa em nada descreve, sequer, uma insignificante nota sobre os répteis multicolores. O título é, nada mais, nada menos, que uma metáfora muitíssimo bem pensada atribuída ao carácter transformante da nossa maneira de estar ao longo da vida.

O livro contempla vários contos, todos completamente diferentes entre si, uma espécie de compilação de textos "perdidos", publicados aqui e ali e agora reunidos pelo autor com o intuito de criar uma história. A única coisa que une as personagens dos muitos capítulos, é a incessante busca por algo no desconhecido futuro, tendo como consequência a adaptação da forma de pensar e agir, a camuflagem metafísica que talvez nos assemelhe aos camaleões.

É preciso, na minha modesta opinião, aproximar as letras das histórias aos nossos olhos, não por serem pequenas, mas para assim conseguirmos a concentração necessária à interpretação e à atenção devidas. Não é um livro fácil, é peculiar e bastante interrogativo. Está repleto de ficção, utopias e, julgo eu, cada palavra é uma metáfora, uma forma ardilosa de esconder o verdadeiro sentido daquilo a que, na verdade, se pretende transmitir. 

Para ser franco, caros leitores, não foi dos livros que gostei mais, não por ser aborrecido, porque não o é, pelo menos no início e mais para o fim, mas talvez pelo seu demasiadamente intrincado e confuso enredo. 
No entanto, aconselho-vos a leitura dele, pois talvez encontrem camuflado algo que eu não consegui ver.



  

1 comentário:

  1. Uma boa maneira de incentivar à leitura... bastante esquecida nos nossos tempos!
    Parabéns pela ideia.
    bjs

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