"O beijo é uma lembrança do tempo em que buscávamos, com os lábios, os seios da nossa mãe." - Sigmund Freud (página 32)
No "O Livro dos Camaleões", José Eduardo Agualusa em nada descreve, sequer, uma insignificante nota sobre os répteis multicolores. O título é, nada mais, nada menos, que uma metáfora muitíssimo bem pensada atribuída ao carácter transformante da nossa maneira de estar ao longo da vida.
O livro contempla vários contos, todos completamente diferentes entre si, uma espécie de compilação de textos "perdidos", publicados aqui e ali e agora reunidos pelo autor com o intuito de criar uma história. A única coisa que une as personagens dos muitos capítulos, é a incessante busca por algo no desconhecido futuro, tendo como consequência a adaptação da forma de pensar e agir, a camuflagem metafísica que talvez nos assemelhe aos camaleões.
É preciso, na minha modesta opinião, aproximar as letras das histórias aos nossos olhos, não por serem pequenas, mas para assim conseguirmos a concentração necessária à interpretação e à atenção devidas. Não é um livro fácil, é peculiar e bastante interrogativo. Está repleto de ficção, utopias e, julgo eu, cada palavra é uma metáfora, uma forma ardilosa de esconder o verdadeiro sentido daquilo a que, na verdade, se pretende transmitir.
Para ser franco, caros leitores, não foi dos livros que gostei mais, não por ser aborrecido, porque não o é, pelo menos no início e mais para o fim, mas talvez pelo seu demasiadamente intrincado e confuso enredo.
No entanto, aconselho-vos a leitura dele, pois talvez encontrem camuflado algo que eu não consegui ver.
Uma boa maneira de incentivar à leitura... bastante esquecida nos nossos tempos!
ResponderEliminarParabéns pela ideia.
bjs