"Novo" é a palavra que define o dia de hoje, e é com a maior satisfação e com grande emoção que estreio este meu novo blogue, Café de Saco. O porquê da sua nomenclatura, porque existe uma explicação que muito provavelmente os meus caros leitores querem ver aqui escrita, encontra-se no separador Sobre.
Devo admitir que não sinto qualquer tipo de arrependimento em ter "mudado de casa". A Árvore da Vida não foi, de maneira nenhuma, eliminada do espaço cibernético, nem tão pouco da minha memória, de todo! Foi uma parcela importantíssima na minha vida, uma pista de lançamento à qual devo os meus sucessos e os meus insucessos, com os quais estou agora a aprender a lidar. Não obstante, aqui, tudo aquilo que me define, de uma maneira ou de outra, estará presente, tal como estava no meu antigo blogue.
Aproveito para deixar, como último testemunho desta primeira publicação, a certeza de que neste cantinho podem contar, sempre, com uma leitura à minha moda e "à moda antiga", pois reprovo veementemente as condições e modificações que o Novo Acordo Ortográfico perpetrou na nossa língua. Algo tão belo e complexo, uma das línguas mais líricas e românticas - porque, para mim, o francês de romântico não tem nada, não avaliem a porção linguística tendo como argumento a conspicuidade arquitectónica de Paris, por exemplo - e foram agora queimá-la, desmembrá-la, destruí-la...
A minha área não é a Língua Portuguesa. As minhas áreas são todas e, simultaneamente, não são nenhumas. No entanto, o país também é meu e, infelizmente, sou sujeito às suas mudanças, às suas evoluções e, nesta situação em particular, à sua regressão, por isso, sinto-me no direito de conservar, pelo menos neste cantinho que é meu e de quem o está a ler, uma escrita sem o efeito do Novo Acordo Ortográfico.
Já por várias vezes lançaram-me uma tentativa de confronto à minha posição com a seguinte premissa: "A língua tem que sofrer alterações, caso contrário ainda falávamos a "língua das cavernas"". Quanto a isso, sinto-me quase na obrigação de explicar que, na Idade da Pedra, o tal tempo pré-histórico em que os nossos antepassados viviam nas cavernas, a linguagem propriamente dita, ou a palavra escrita, ainda não havia surgido, sendo, portanto, usada como um marco divisório entre a Pré-História e a História.
Por fim, aquilo que falamos hoje no nosso país é, naturalmente, fruto de várias modificações, caso contrário ainda nos comunicávamos com uma língua parecida com o actual galego. No entanto, aquilo que o Novo Acordo Ortográfico veio trazer foi rigorosamente nada! Muito pelo contrário. Apenas veio retirar, retirar, tal como eu escrevi acima, complexidade e sentido àquilo que eu e milhões de outros portugueses aprendemos.
Gostei do que li! Pelo menos no nosso espaço escrever como gostamos! Eu também sou contra o acordo ortográfico posto em acção assim tão rapidamente. Ainda se fosse devagarinho!... Agora, assim com esta pressa toda... principalmente idosos... e crianças que aprenderam a ler e escrever há tão pouco tempo e sofrer esta tão estrondosa modificação? Eu também não quero mudar a minha forma de escrever!
ResponderEliminarBjinhos
Não podia estar mais de acordo com o teu "desacordo ".
ResponderEliminarNeste momento de repentina transição, é um assunto um pouco controverso. Obrigado pelo seu testemunho!
EliminarNão podia concordar mais... com o teu desacordo, não com o Acordo Ortográfico!
ResponderEliminarTanto o Acordo Ortográfico como as alterações gramaticais dão-me vontade de ir a Lisboa e perguntar aos idiotas que estão a tomar conta deste país onde é que eles estudaram. Penso que viveram todos no tempo em que ainda levavam com uma cana nas mãos, deviam ter levado mais para não fazerem tanta asneira, nos dias de hoje!
É horrível estar a estudar e nem os professores saberem bem as regras, uma vez que não há lógica possível. Há muito que deixou de ser possível os professores ligarem para uma linha que o MEC criou para que estes pudessem tirar dúvidas acerca do AO, uma vez que até eles perceberam que tinham feito asneira e não conseguiam explicar estas alterações absurdas.
Andamos num país gerido por gente com uma ervilha no lugar do cérebro, infelizmente.