23 de maio de 2015

Geologia, uma ciência coleccionável

Quem em criança, pelo menos, não apanhava uma pedrinha que achava bonita, colocava-a no bolso e levava-a para casa, apenas pela inocente força atraccional perpetrada pela Natureza?

A grande maior parte das pessoas sabe o que uma rocha ou um mineral são, ainda que, por vezes, apenas saibamos noções básicas sobre esses componentes da crusta terrestre, do interior do nosso planeta e de virtualmente tudo o que nos rodeia. As canetas com que escrevemos são feitas a partir de volframite, scheelite e derivados de petróleo; as torneiras das nossas casas, com as quais lavamos louça ou tomamos um duche, contêm esfalerite, magnetite e galena; e o mobiliário que decora e complementa o interior das nossas casas pode, eventualmente, ter na sua constituição calcopirite, bauxite, niquelina, entre muitos outros.

Não obstante, existem minerais cuja beleza, desde logo as cores exuberantes, os sumptuosos brilhos e as formas extravagantes, nos encantam e, por isso, gostamos de guardá-los numa prateleira ou exibi-los, como se de um bibelô se tratasse, num aparador à vista de todos.

A joalharia, por exemplo, utiliza com maior frequência as chamadas pedras preciosas ou semipreciosas. Por conseguinte, alguns minerais são elementos importantes nas actividades comerciais, mas o fabrico de sintéticos, algo fulcral no quotidiano do presente Homem, também é uma actividade económica relevante suportada pela acção destes elementos inorgânicos.

Pondo de parte a indubitável importância dos minerais para o desenvolvimento do mundo moderno, existe outra vertente ligada a eles, o coleccionismo. Já existente há milhares de anos, pela razões mais óbvias, a prática de coleccionar minerais e gemas é algo feito tanto por parte de museus de História Natural e instituições ligadas a esse ramo, iniciativa significativa para o estudo e conservação dos mesmos, como também por coleccionadores privados, como eu, por exemplo.

Nada melhor do que acordar às cinco da manhã, preparar um bom farnel, nunca esquecendo a água, muita água, pôr a mochila às costas, martelo e escopro na mão e siga até a um afloramento rochoso. Parte-se a rocha, desvendam-se mistérios guardados durante milhões de anos e, só de pensar que, em tanto tempo, fomos os primeiros privilegiados a vislumbrar aquela maravilha mineralógica, faz-nos, incontornavelmente, considerá-los momentos de pura magia e regalo.
No entanto, infelizmente, em Portugal não existem todas as espécies minerais conhecidas no cerne da natureza. Existem, porém, feiras de gemas, fósseis e minerais, que nos proporcionam uma ampla visão das enormes variedade e conspicuidade do Reino Mineral.
Estou a pensar ir a esta. Querem vir?

      

2 comentários:

  1. Deve ser muito interessante, AMIGO! Nada mais belo do que a Natureza e tudo o que dela se extrai! Obrigada pelas partilhas. Beijinhos

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  2. Concordo inteiramente consigo, amiga Hermínia!
    Obrigado pelo comentário.

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